quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Mãos atadas
Acomodamos,
perdemos o frio na barriga
o prazer do novo
do inusitado
Acomodamos,
nossos jantares
sempre tão alegres
já não tem a mesma graça
Acomodamos
e acumulamos ofensas
desrespeitos
brigas banais
Acomodamos
e cuspimos imperfeições
um no outro
Acomodamos
e amadurecemos,
ficamos donos da razão
dignos de sí próprio
não um do outro
Acomodamos,
deleitamos agora
com nossos longos beijos
de três segundos
Acomodamos,
nos mesmos apelidos
nas mesmas brincadeiras
que já não tem a mesma graça
Acomodamos,
rotineiramente
paulatinamente
estúpidamente
Acomodamos,
e quem nunca se acomodou
que atire a primeira pedra
Paulo Reis
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Um comentário:
como esse poema é importante para mim.........
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